Transtorno
de Conduta
Dentro
da psiquiatria da infância e da adolescência, um dos quadros mais problemáticos
tem sido o chamado Transtorno de Conduta, anteriormente (e apropriadamente)
chamado de Delinqüência, o qual se caracteriza por um padrão repetitivo e
persistente de conduta anti-social, agressiva ou desafiadora, por no mínimo
seis meses (segundo a CID10). E é um diagnóstico problemático, exatamente por
situar-se nos limites da psiquiatria com a moral e a ética, sem contar as
tentativas de atribuir à delinqüência aspectos também políticos.
Trata-se,
sem dúvida, de um sério problema comportamental, entretanto, muitos são os
autores que se recusam a situá-lo como uma doença, uma patologia capaz de
isentar seu portador da responsabilidade civil por seus atos, responsabilidade
esta comum a todos nós.
De
fato, soa estranho a alguns psiquiatras a necessidade de se considerar
"doença" um quadro onde o único sintoma é uma inclinação voraz ao delito.
No mínimo, seria de bom senso à medicina ter em mente que, para problemas
médicos aplicam-se soluções médicas e para problemas éticos... devem ser
aplicadas soluções éticas. Entendam como quiser...
Para
ser considerado Transtorno de Conduta, esse tipo de comportamento problemático
deve alcançar violações importantes, além das expectativas apropriadas à idade
da pessoa e, portanto, de natureza mais grave que as travessuras ou a rebeldia
normal de um adolescente, ainda que extremamente enfadonhos. Este tipo
comportamento delinqüencial parece preocupar muito mais os outros do que a
própria criança ou adolescente que sofre da perturbação.
Criança
ma
Seu
portador pode não ter consideração pelos sentimentos alheios, direitos e bem
estar dos outros, faltando-lhe um sentimento apropriado de culpa e remorso que
caracteriza as "boas pessoas". Normalmente há, nesses delinqüentes,
uma demonstração de comportamento insensível, podendo ter o hábito de acusar
seus companheiros e tentar culpar qualquer outra pessoa ou circunstância por
suas eventuais más ações. A baixa tolerância a frustrações das pessoas com
Transtorno de Conduta favorece as crises de irritabilidade, explosões
temperamentais e agressividade exagerada, parecendo, muitas vezes, uma espécie
de comportamento vingativo e desaforado.
Entende-se
por "baixa tolerância a frustrações" uma incapacidade em tolerar as
dificuldades existenciais comuns a todas as pessoas que vivem em sociedade, uma
falta de capacidade em lidar com os problemas do cotidiano ou com as situações
onde as coisas não saem de acordo com o desejado.
Essas
crianças ou adolescentes costumam apresentar precocemente um comportamento violento,
reagindo agressivamente a tudo e a todos, supervalorizando o seu exclusivo
prazer, ainda que em detrimento do bem-estar alheio.
Elas
podem também exibir um comportamento de provocação, ameaça ou intimidação,
podem iniciar lutas corporais freqüentemente, inclusive com eventual uso de
armas ou objetos capazes de causar sério dano físico, como por exemplo, tacos e
bastões, tijolos, garrafas quebradas, facas ou mesmo arma de fogo.
Outra
característica no comportamento do portador de Transtorno de Conduta é a
crueldade com outras pessoas e/ou com animais. Não é raro que a violência
física possa assumir a forma de estupro, agressão ou, em outros casos,
homicídio.
O padrão de comportamento no Transtorno de
Conduta se caracteriza pela violação dos direitos básicos dos outros e das
normas ou regras sociais. Esse comportamento pode ser agrupado em 4 tipos
principais:
Padrão
comportamental do Indivíduo com Transtorno de Conduta
1.
conduta agressiva que causa ameaça ou danos a outras pessoas e/ou animais;
2.
conduta não-agressiva, mas que causa perdas ou danos a propriedades;
3.
defraudação e/ou furto e;
4.
violações habituais de regras.
As
perturbações do comportamento no Transtorno de Conduta acabam por causar sérios
prejuízos no funcionamento social, acadêmico ou ocupacional, favorecendo uma
espécie de círculo vicioso: transtornos de conduta, prejuízo sócio-ocupacional,
repressões sociais, rebeldia, mais Transtorno de Conduta. O Transtorno de
Conduta é um diagnóstico especialmente infantil ou da adolescência pois, depois
dos 18 anos, persistindo os sintomas básicos (contravenção), o diagnóstico deve
ser alterado para Transtorno da Personalidade Anti-Social.
Outra
característica do Transtorno de Conduta é que esse padrão sociopático de
comportamento costuma estar presente numa variedade de contextos sociais e não
apenas em algumas circunstâncias, ou seja, não só na escola, não só no lar, só
na rua..., por exemplo. O portador desse transtorno causa mal estar e rebuliço
na comunidade em geral.
O
diagnóstico de Transtorno de Conduta deve ser feito muito cuidadosamente, tendo
em vista a possibilidade dos sintomas serem indício de alguma outra patologia,
como por exemplo, o Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade, ou
Retardo Mental, Episódios Maníacos do Transtorno Afetivo Bipolar ou mesmo a
Esquizofrenia. Devido à excelente capacidade das pessoas com Transtorno de
Conduta manipular o ambiente e dissimular seus comportamentos anti-sociais, o
psiquiatra precisa recorrer a informantes para avaliar com mais precisão o
quadro clínico.
Também
a destruição deliberada da propriedade alheia é um aspecto característico do
Transtorno de Conduta, podendo incluir a provocação deliberada de incêndios com
a intenção de causar sérios danos ou destruição de propriedade de outras
maneiras, como por exemplo, quebrar vidros de automóveis, praticar vandalismo
na escola, etc. Atualmente a psiquiatria tende a considerar dois subtipos de
Transtorno de Conduta com base na idade de início, isto é, o Tipo com Início na
Infância e Tipo com Início na Adolescência. Ambos os subtipos podem ocorrer de
3 formas: leve, moderada ou severa.
Tipos
Com Início na Infância
Neste
tipo de Transtorno de Conduta um dos critérios de diagnóstico (veja adiante) é
que ele aparece antes dos 10 anos. Os portadores de de Transtorno de Conduta
com Início na Infância são, em geral, do sexo masculino, freqüentemente
demonstram agressividade física para com outros, têm relacionamentos
perturbados com seus pais, irmãos e colegas, podem ter concomitantemente um
Transtorno Desafiador Opositivo e, geralmente, apresentam sintomas que
satisfazem todos os critérios para Transtorno de Conduta antes da puberdade.
Esses indivíduos (que satisfazem todos os critérios para Transtorno de Conduta)
estão mais propensos a desenvolverem o Transtorno da Personalidade Anti-Social
na idade adulta.
Com
Início na Adolescência
Este
tipo de Transtorno de Conduta, ao contrário do anterior, se caracteriza pela
ausência de sinais característicos da conduta sociopática antes dos 10 anos de
idade. Em comparação com o Transtorno de Conduta com Início na Infância, esses
indivíduos estão menos propensos a apresentar comportamentos agressivos e
tendem a ter relacionamentos mais normais com seus familiares e colegas. Quanto
mais tardio for o início do quadro, menos propensos estão as pessoas de
desenvolver um Transtorno da Personalidade Anti-Social na idade adulta. Aqui a
incidência entre homens e mulheres é quase o mesmo.
Níveis
de Gravidade Leve
No
nível leve do Transtorno de Conduta há poucos problemas de comportamento, e
tais problemas causam danos relativamente pequenos a outros, tais como, por
exemplo, mentiras, gazetas à escola, permanência na rua à noite sem permissão.
Moderado
O
número de problemas de conduta e o efeito sobre os outros são intermediários
entre "leves" e "severos", onde já pode haver furtos sem
confronto com a vítima, vandalismo, uso de fumo e/ou outra droga.
Severo
Muitos
problemas de conduta estão presentes na forma severa do Transtorno de Conduta,
problemas que causam danos consideráveis a outros, tais como, sexo forçado,
crueldade física, uso de arma, roubo com confronto com a vítima, arrombamento e
invasão.
Classificação
Uma
das dúvidas de quem não está familiarizado com os Transtornos de Conduta é
saber onde, dentro da psiquiatria, se classificam esses quadros. Essa categoria
de diagnóstico é classificado naquilo que chamamos de Transtornos de
Comportamentos Disruptivos (TCDs), segundo o DSM.IV. Os TCDs englobam o
Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade, o Transtorno Desafiador e
Opositivo e o Transtorno de Conduta, propriamente dito, sob o código 312.8. Na
CID.10 os Transtorno de Conduta são chamados de Distúrbios de Conduta e estão
classificados como uma categoria isolada no código (veja) F91.
Quando
dissemos no início que os Transtornos de Conduta se situam nos limites da
psiquiatria com a moral e a ética, é porque o diagnóstico desses casos se
baseia em conceitos sociológicos, uma vez que se pautam nas conseqüências que
as relações sociais divergentes e mal adaptadas podem ter sobre a argüição das
pessoas. O comportamento de portadores de Transtorno de Conduta é
definitivamente "mau" para todos os envolvidos.
Com
freqüência o resultado desse tipo de conduta, além dos dissabores à boa
convivência social, acabam por determinar investimentos em classes de educação
especial, colocações em lares adotivos, hospitais e clínicas psiquiátricas e programas
de tratamento de abuso de substâncias, cadeias, além da periculosidade social à
qual toda sociedade se sujeita. Mesmo que esses comportamentos da infância e
adolescência acabem por desaparecer com a idade, muitas vezes deixam
importantes cicatrizes policiais, jurídicas, familiares e sociais durante toda
a idade adulta. Se eles persistirem (transformando-se em Transtornos
Anti-Social da Personalidade), a regra será perda de emprego, crimes, prisão e
falhas terríveis de relacionamentos.
Uma
vez que os Transtornos de Conduta se apresentam, há uma forte tendência do
entorno sócio-familiar em reagir, e essa resposta da família, da escola, dos
pares, do sistema policial e da justiça criminal podem acompanhar a pessoa a
vida toda, empurrando-o definitivamente para a marginalidade.
Sintomas
Como
dissemos, as pessoas com Transtorno de Conduta costumam ter pouca empatia e
pouca preocupação pelos sentimentos, desejos e bem estar dos outros. Elas podem
ter uma sensibilidade grosseira para as questões sentimentais e emocionais (dos
outros) e não possuem sentimentos próprios e apropriados de culpa, ética, moral
ou remorso. Entretanto, como essas pessoas são extremamente manipuladoras e
aprendem que a expressão de culpa pode reduzir ou evitar punições, não
titubeiam em demonstrarem remorso sempre que isso resultar em benefício
próprio.
Por
outro lado, costumam delatar facilmente seus companheiros e tentar culpar
outras pessoas por seus atos. Uma característica marcante nesse quadro é a
baixíssima tolerância à frustração, irritabilidade, acessos de raiva e
imprudência quando contrariados. O Transtorno de Conduta está freqüentemente
associado com um início precoce de comportamento sexual, consumo de álcool, uso
de substâncias ilícitas e atos imprudentes e arriscados.
Os
comportamentos do Transtorno de Conduta podem levar à suspensão ou expulsão da
escola, problemas de ajustamento no trabalho, dificuldades legais, doenças
sexualmente transmissíveis, gravidez não planejada e ferimentos por acidentes
ou lutas corporais.
Os
sintomas do transtorno variam com a idade, à medida que o indivíduo desenvolve
maior força física, capacidades cognitivas e maturidade sexual. Comportamentos
menos severos (por ex., mentir, furtar em lojas, entrar em lutas corporais)
tendem a emergir primeiro, enquanto outros (por ex., roubo, estupro...) tendem
a manifestar-se mais tarde. Entretanto, existem amplas diferenças entre os
indivíduos, sendo que alguns se envolvem em comportamentos mais prejudiciais em
uma idade mais precoce.
Curso
e Prevalência
O
diagnóstico de Transtorno de Conduta é importante, tendo em vista o grande
número de encaminhamentos psiquiátricos motivados por comportamentos
anti-sociais e agressivos, notadamente depois da criação do Estatuto do Menor e
do Adolescente.
Interessa
ao sistema (família, juizado de menores e polícia, nessa ordem) que
adolescentes problemáticos sejam deixados aos cuidados médicos e psiquiátricos,
poupando à muitos o dissabor de deparar-se com o fato de "não ter o que
fazer". Boa parte da importância do diagnóstico está no fato de, muito
freqüentemente, o Transtorno de Conduta ser um precursor do Transtorno
Anti-social no adulto.
De
modo geral, é muito incomum encontrar um adulto com Transtorno Anti-social da
personalidade na ausência de uma história pregressa Transtorno de Conduta na
infância ou adolescência. Apesar dos modismos atrelados ao comportamento
inconseqüente e irrequieto da juventude, as estatísticas sobre a delinqüência
refletem o fato de que, embora algum tipo de comportamento delinqüente seja
relativamente comum na adolescência, apenas um pequeno percentual de jovens
torna-se infrator crônico ou anti-social depois de adulto.
Há
alguma crença de que o Transtorno de Conduta seja mais freqüente nas classes
sociais mais baixas, notadamente em famílias que apresentam, concomitantemente,
instabilidade familiar, desorganização social, alta mortalidade infantil e
incidência mais alta de doenças mentais graves.
Entretanto,
essa não é uma opinião unânime, acreditando-se que entre o comportamento
delinqüencial das classes mais baixas e mais altas hajam diferenças apenas no
modo de apresentação do comportamento, sugerindo assim uma falsa idéia de que
os mais pobres têm mais esse transtorno.
A
prevalência do Transtorno de Conduta tem aumentado nas últimas décadas, podendo
ser superior em circunstâncias urbanas, em comparação com a rural. As taxas
variam amplamente, mas têm sido registradas, para os homens com menos de 18
anos, taxas que variam de 6 a 16%; para as mulheres, as taxas vão de 2 a 9%. O
Transtorno de Conduta pode se iniciar já aos 5 ou 6 anos de idade, mas
habitualmente aparece ao final da infância ou início da adolescência.
O
início após os 16 anos é raro. Alguns pesquisadores crêem que a maioria dos
portadores o Transtorno de Conduta apresenta remissão na idade adulta,
entretanto, acreditamos que essa visão otimista reflita mais um erro de
diagnóstico que uma evolução benéfica do quadro. O início muito precoce indica
um pior prognóstico e um risco aumentado de Transtorno Anti-Social da
Personalidade e/ou Transtornos Relacionados a Substâncias na vida adulta. As
pessoas que não apresentam mais o quadro delinqüencial depois de adulto eram,
exatamente, aquelas que tinham essa postura motivada por modismo ou adequação
ao grupo social.
De
fato, não se tratava de Transtorno de Conduta propriamente dito. É por isso que
muitos indivíduos com Transtorno de Conduta, particularmente aqueles com Início
na Adolescência e aqueles com sintomas mais leves conseguem um ajustamento
social e profissional satisfatório na idade adulta. De verdade, uma proporção
substancial de pessoas diagnosticadas com o Transtorno de Conduta continua apresentando,
na idade adulta, comportamentos próprios do Transtorno Anti-Social da
Personalidade.
Diagnóstico
O
diagnóstico de Distúrbio de Conduta deve ser feito somente se o comportamento
anti-social continuar por um período de pelo menos seis meses, e assim
representar um padrão repetitivo e persistente. Devem estar presentes algumas
características importantes para o diagnóstico:
Características
para o diagnóstico (duração pelo menos 6 meses)
1.
Roubo sem confrontação com a vítima em mais de uma ocasião (incluindo
falsificação).
2.
Fuga de casa durante a noite, pelo menos duas vezes enquanto vivendo na casa
dos pais (ou em um lar adotivo) ou uma vez sem retornar.
3.
Mentira freqüente (por motivo que não para evitar abuso físico ou sexual).
4.
Envolvimento deliberadamente em provocações de incêndio.
5.
Gazetas freqüentemente na escola (para pessoa mais velha, ausência ao
trabalho).
6.
Violação de casa, edifício ou carro de uma outra pessoa.
7.
Destruição deliberadamente de propriedade alheia (que não por provocação de
incêndio).
8.
Crueldade física com animais.
9.
Forçar alguma atividade sexual com ele ou ela.
10.
Uso de arma em mais de uma briga.
11.
Freqüentemente inicia lutas físicas.
12.
Roubo com confrontação da vítima (por exemplo: assalto, roubo de carteira,
extorsão, roubo à mão armada).
13.
Crueldade física com pessoas.
Causas
Não
está estabelecido ainda uma causa única para o Transtorno de Conduta. Uma
multiplicidade de diferentes tipos de estressores sociais e a vulnerabilidade
de personalidade parece associado com esses comportamentos anti-sociais.
Durante muitos anos, as teorias sobre comportamentos eram de natureza
sociológica. O princípio básico desta tendência afirmativa era que jovens
socialmente e economicamente desprivilegiados, incapazes de adquirirem sucesso
através de meios legítimos e socialmente aceitos, se voltariam para o crime.
Atualmente
os sociólogos têm se mostrado mais dispostos a considerar como fatores causais
a integração entre características individuais e forças ambientais (veja
elementos históricos em Personalidade Criminosa). Certamente devem influenciar
no desenvolvimento do Transtorno de Conduta as atitudes e comportamentos
familiares, assim como a exclusão sócio-econômica, a má distribuição de rendas,
a inversão dos valores, a desestrutura familiar e mais um sem número de
ocorrências sociais, políticas e econômicas propaladas por pesquisadores das
mais variadas áreas.
De
qualquer forma essas tentativas de explicações causais são sempre muito vagas e
imprecisas. É difícil estabelecer claras relações causais entre condições
familiares adversas e caóticas com delinqüência pois, como se exige em
medicina, não se observa constância satisfatória dessa regra e, muitas vezes,
jovens provenientes de famílias conturbadas ou mesmo sem famílias não
desenvolvem a delinqüência, enquanto seus irmãos, que vivenciam o mesmo
ambiente, sim.
Observa-se,
variavelmente em diversas estatísticas, que muitos pais de delinqüentes sofrem
de psicopatologias‚ assim como histórias de crianças com perturbações
comportamentais graves podem revelar, muitas vezes, um quadro de abuso físico
e/ou sexual por adultos, geralmente os pais e padrastos.
Existem
estudos mostrando relações entre certos tipos de violência episódica e
transtornos do SNC (veja Violência e Psiquiatria), particularmente do sistema
límbico. Alguns portadores de Transtornos de Conduta podem mostrar, no exame
clínico, sinais e sintomas indicativos de algum tipo de disfunção cerebral.
Uma
das ocorrências neuropsiquiátricas mais comumente encontradas nos Transtornos
de Conduta é o de Hiperatividade com Déficit de Atenção, outras vezes o
diagnóstico se confunde com casos atípicos de depressão grave em crianças e
adolescentes.
Tratamento
Um
dos fatores que mais desanimam a psiquiatria em relação aos portadores de
Transtornos de Conduta é o fato de não haver nenhum tratamento efetivo e
reconhecido especificamente para esse estado. Este é um fator que contribui,
significativamente, para alguns autores não considerarem este modo de reagir à
vida como doença. Tratar-se-ia de uma alteração qualitativa do caráter que
caracteriza uma maneira de ser, não exatamente um processo ou desenvolvimento
patológico.
Evidentemente
quando esse Transtorno de Conduta reflete uma depressão subjacente ou uma
Hiperatividade o tratamento é dirigido para esses estados patológicos de base
e, é claro, o prognóstico é substancialmente melhor (veja tratamento da
Depressão Infantil e da Hiperatividade). Outros programas têm tentado lidar com
o comportamento disruptivo dessas crianças com fármacos, tais como o carbonato
de lítio, a carbamazepina ou antidepressivos, conforme o caso. O sucesso não
tem sido muito animador
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