A Família como célula da
sociedade
A
família é a célula da sociedade. É a sociedade pequena dentro da grande
sociedade, pelo número de integrantes de que ela pode constituir-se. Suponhamos
que um casal tenha cinco filhos, a célula já aumentou para sete pessoas,
multiplicou-se. Se cada um dos filhos tiver cinco filhos? Teremos 32 pessoas e
assim por diante. Duas pessoas educadas de modo diferente, porque são de
famílias diferentes, têm dificuldade para se adaptar. É preciso um ceder aqui,
outro ceder ali, porque se isso não acontecer, se não houver acordo, se cada um
quiser impor sua vontade, não estarão em harmonia nunca. E, quando os filhos
chegarem, quando os filhos crescerem, os filhos casarem, como será possível o
entendimento, a paz familiar?
É
importante que os jovens, quando se casam, pensem em formar família e entendam
o que realmente é necessário para terem uma família unida e feliz. Não é quem é
mais forte puxar a sardinha para a sua brasa, é fazerem a fogueira, assarem
juntos e comerem juntos todos que fazem parte dessa família, que aos poucos vai
aumentando.
Se
não houver acordo, compreensão, ajuda mútua, será difícil controlar os
elementos novos que vão chegando e os idosos, que são o início dessa cadeia.
São o respeito e o amor que vão unindo, dando compreensão, ajudando a
solucionar todos os problemas que surgem, para que uma família não se esfacele.
Se os elementos que vão chegando não aprenderem a respeitar e amar os mais
velhos, e os mais velhos não aceitarem os jovens como são, com temperamentos
diferentes, hábitos diferentes, se não houver muito amor para temperar todos
esses relacionamentos, a cadeia que os deveria unir se romperá.
Célula da Sociedade
Tradicionalmente,
a família tem sido considerada a célula da sociedade, mas, para ser de fato uma
célula, é preciso que: Seus membros compartilhem necessidades, objetivos,
direção, meios, valores e afeto; o que era comum no passado, quando as pessoas
compartilhavam da vida e dos negócios da família, mas que atualmente vem se
tornando cada vez menos frequente. As diferenças existentes sejam compensadas
com a prática de sua aceitação e da facilitação para o atendimento das
necessidades de cada um de seus membros. Por outro lado, nestes dias de
correria, nos quais as pessoas têm pouco tempo para dedicar ao próximo, a
família vem se tornando uma célula estanque, onde os relacionamentos afetivos
tendem a ficar limitados àqueles entre seus membros, o que a descaracteriza
como célula da sociedade.
Uma
sociedade forte não se forma com células sem coesão, sem compromisso com o
todo, e para que isto ocorra é preciso que haja permeabilidade entre as
células, o que só ocorre quando o compartilhamento de afeto extrapola por
princípio as fronteiras da família. Adicionalmente, a dispersão dos membros da
família, geralmente em decorrência do trabalho, bem como a desvalorização de
seus idosos, vêm provocando o enfraquecimento da família.
A
principal característica de uma família sempre foi a auto-proteção, ou seja, a
lealdade incondicionada de cada membro à familia, a proteção incondicionada de
seus membros, o apoio em função do vínculo familiar. Isto se justifica em
situações de competição, quando a família corre riscos relacionados à
sobrevivência. Uma vez superada esta etapa, é preciso que a família evolua no seu
relacionamento com a sociedade, para então se tornar uma célula desta. Em
termos absolutos, o indivíduo é a célula da sociedade. Ele nasce para se tornar
parte da humanidade e não apenas de uma família. A família é o abrigo natural
na vida do indivíduo, devido ao vínculo genético e afetivo e à estrutura atual
da sociedade, mas nem sempre a família é um bom abrigo. É preciso que a
humanidade evolua, que se torne naturalmente acolhedora, que ela seja o abrigo
de todo ser humano, que sejamos todos uma única família.
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