Uíge (província)
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Uíge | |
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Localidade de Angola ![]() (Província) | |
![]() Província de Uíge | |
Dados gerais | |
Província | Uíge |
Município(s) | Uíge, Alto Cauale, Ambuíla,Bembe, Buengas, Bungo,Cangola, Damba, Maquela do Zombo, Mucaba, Negage,Puri, Quimbele, Quitexe,Sanza Pombo, Songo |
Características geográficas | |
Área | 58.698 km² |
População | 1.426.354 hab. (2014) |
Densidade | 23 hab./km² |
Clima | Tropical quente ehúmido/semi-húmido |
Temperatura | entre 22ºC e 25ºC |
Dados adicionais | |
Prefixo telefónico | +244 |
Sítio | Governo Provincial do Uíge |
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Uíge é uma província de Angola situada no extremo norte do país. Tem uma área de 58 698 km² e cerca de um milhão e 400 mil habitantes. Faz fronteira a oeste com a província do Zaire, a norte e a leste com a República Democrática do Congo, a sudeste com a província de Malanje, e a sul com as províncias do Cuanza Norte e do Bengo.[1]
Índice
[esconder]História[editar | editar código-fonte]


Durante a Idade Média, a província do Uíge foi o coração do Reino do Kongo, constituído pelo povo Bakongo, localizado a norte e a sul do rio Congo, e também em determinados períodos pelo povo Ambundu, localizado mais para o sul. Os monarcas doReino do Kongo viviam na cidade de M'Banza Congo, governando com grande autoridade, por vários séculos, toda a região. O seu reinado foi reforçado pela chegada de padres portugueses que viviam na corte do rei e ensinavam religião, bem como promoviam a alfabetização. A interacção com o domínio português sobre Luanda foi durante um longo período de tempo bastante marginal. A mudança ocorreu quando, no início do século XIX, os portugueses iniciaram a conquista e ocupação do território que actualmente constitui Angola. No início do século XX, o reino Kongo ainda existia "no papel", assim como o tribunal de M'Banza Congo, mas tinha perdido qualquer poder efectivo.
Em meados do século XX, a província encontrava-se em declínio, devido ao seu terreno inóspito e fraca acessibilidade. A situação alterou-se por completo quando os portugueses descobriram que o solo e clima da região eram favoráveis à produção de café. Na década de 50, a província era já o maior centro de produção de café em Angola. Em consequência desta prosperidade, em 1956, a capital do "distrito", Uíge foi nomeada cidade. Para incentivar o princípio da integração nacional comPortugal, muitas cidades em Angola foram renomeados durante o domínio colonial, incluindo o Uíge, antes designado Vila Marechal Carmona, depois simplificado para Carmona, em homenagem ao Marechal Óscar Carmona, ex-presidente da República português.
Monumentos[editar | editar código-fonte]
A província do Uíge tem um acervo histórico-cultural rico, nomeadamente:[2]
- Antiga Administração do Concelho.
- Casas Antigas do Estado.
- Busto do Heroi N'Bemba: Situado na entrada do bairro N'Bemba N'Gango.
- Igreja de São José: Junto às pedras do Encoje, datadas do século XVIII.
- Fortaleza do Bembe: Construída no século XX e situada junto à igreja de São José.
- Figuras rupestres de Kisadi.
- Pinturas rupestres da Cabala.
- Pedra de Nzinga N'zambi (Toto).
- Pedra de Kakula Quimanga.
- Pedra do Tunda: Local onde se aplicava a justiça e se executavam as sentenças de morte.
- Ponte Mágica sobre o rio Vamba Wa Mbamba.
- Ruína do Fortim de Maquela
- Túmulo do Ancião Mekabango: Grande guerreiro na Resistência contra a ocupação colonial.
- Túmulo do Grande Rei e Guerreiro na Resistência contra a ocupação colonial, Mbianda Ngunga.
Geografia[editar | editar código-fonte]
Uíge é a capital da província. A cidade dista cerca de 345 km de Luanda e 314 km do M'Banza Congo.
Geografia Física[editar | editar código-fonte]
A província encontra-se em duais estações do ano
- A temperatura da região varia entre 22ºC a 25ºC.[3] O território possui grandes manchas florestais bastante arborizadas. Em suas fauna encontramos animais como elefantes,búfalos, porcos do mato, antílopes, macacos e outras várias espécies raras.[4] Os seus rios principais são: Zadi, Dange, Lúria, Lucala e Luvulu.[5]
A província do Uíge é uma região bastante acidentada, constituída por 3 grandes zonas:[6]
- Planáltica: constituída maioritariamente pela bacia dos sub-afluentes do rio Zaire. Esta zona é ondulada, mas, com ravinas fundas, principalmente nos rios de maior caudal.
- Bacia do rio Mbridge: situa-se a sudoeste da linha Pete-Mucaba-Songo-Mabaia. Esta zona também é ondulada e de ravinas profundas junto dos rios.
- Montanhosa: abrange o interior da província, sobretudo dos rios Loge e Dange, assim como as bacias dos afluentes.
Os Solos predominantes nesta região são o ferralítico e o paraferralítico.[7] A nível geológico, esta região é predominantemente constituída por rochas efusivas proterozóicas.[8]
Economia[editar | editar código-fonte]
A economia da província baseia-se fundamentalmente em 2 sectores:
- agricultura e o comércio.[9]
O enquadramento orográfico da província e as suas condições ecológicas caracterizam-na de vocação agrícola, pecuária, silvícola e piscícola. O clima quente do Uíge é propício ao cultivo de café, mandioca, dendém, amendoim(Jinguba), batata doce, feijão, cacau e sisal. Também está incluida a produção de gado bovino, suíno e caprino, exercida em todo o território. A actividade piscatória da província é desenvolvida nas diversas lagoas e rios. Na exploração florestal, a produção de madeiraé baseada no corte de essências rústicas e na transportação de toros dentro e fora da província para serração.[10]
Turismo[editar | editar código-fonte]
A província do Uíge tem vários pontos naturais de interesse, nomeadamente:[1]
- Quedas do Bombo sobre o rio Cuílo.
- Quedas do Massau.
- Quedas de Camulungo.
- Lagoa do Feitiço.
- Lagoa de Luzamba.
- Lagoa de Mavoio.
- Lagoa do Sacapete.
- Vale do Loge.
- Morros do Alto Caual.
- Reserva Florestal do Béu, com uma área de 1.400 km². A reserva está limitada a norte pela fronteira com a República Democrática do Congo, a oeste com o rio Zadi, a leste com o rio Beu, e a sul com a comuna do Béu. A vegetação é do tipo mosaico, com floresta densa.
Munícipios[editar | editar código-fonte]
Carmona comprende-se em 16 municípios e 31 comunas:[11]
- Uíge (Carmona), sede
- Ambuíla (Nueva Caimpemba):
- Songo:
- Bembe:
- Negage:
- Bungo.
- Maquela de Zombo, antigua sede:
- Damba:
- Cangola, o Alto Cuale:
- Sanza Pombo:
- Quitexe:
- Quimbele:
- Milunga:
- Puri.
- Mucaba:
- Buengas:
- Buenga del Sur,
- Cuilo Cambozo. E conta com 31 comunas.[12]
Referências
- ↑ ab «Província/Uíge». Welcome to Angola.
- ↑ «Uíge/Turismo/Monumentos». Info-Angola.
- ↑ «Uíge/Recursos/Clima». Info-Angola..
- ↑ «Uíge/Recursos/Vegetação». Info-Angola.
- ↑ «Uíge/Recursos/Hidografia». Info-Angola.
- ↑ «Uíge/Recursos/Relevo». Info-Angola.
- ↑ «Uíge/Recursos/Solos». Info-Angola.
- ↑ «Uíge/Recursos/Geologia». Info-Angola.
- ↑ «Uíge/Economia». Info-Angola.
- ↑ «Uíge/Economia/agropecuária». Info-Angola.
- ↑ Municípios da Província do Uíge Fonte: Governo da Província do Uíge[1]
- ↑ «Uíge». Info-Angola.
Bibliografia[editar | editar código-fonte]
- M'BOKOLO, Elikia, África Negra. História das Civilizações, vol. I, Até ao Século XVIII, Lisboa: Vulgata, 2003, ISBN 9789728427276
- M'BOKOLO, Elikia, África Negra. História das Civilizações, vol. II, Do Século XIX aos nossos dias, Lisboa: Colibri, 2007, ISBN 9789727726974
- BATSÎKAMA, Patrício, As origens do Reino do Kongo, Luanda: Mayamba, 2010, ISBN 978-989-8370-07-5
- W. MARTIN, James, Historical Dictionary of Angola, Scarecrow Press, 2011, ISBN 978-0-8108-7193-9
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